sábado, 18 de fevereiro de 2012


As boas obras



O amor é base da educação de almas, é a maior força de convecimento para o espírito que deseja progredir.


Mensagem do dia

Todos somos credores do auxilio uns dos outros. O ódio, em suas múltiplas variações, é a sombra que escraviza às algemas da expiação e do sofrimento der milhões de criaturas terrestres. Imaginemos a libertação como sendo o templo do amor ao próximo. A porta de aceso a semelhante santuário tem nome de serviço, mas não podemos esquecer que a compreensão é a chave.

_________________Emmanuel/ Chico Xavier

SURPRESA DE NATAL


 

Num bairro muito pobre, na periferia de uma grande cidade, morava Paulinho.De coração bom e generoso, era estimado por todos.Em sua casa, faltava quase sempre o necessário.
O pai trabalhava duro na roça como bóia-fria, mas ganhava pouco. A mãe, apesar de dar duro lavando roupas para as famílias mais abastadas, também não recebia muito. Assim, tudo o que ganhavam era gasto em alimentação, aluguel da casa, água e luz.
Paulinho sonhava com roupas, calçados e brinquedos que via nas vitrines e que nunca poderia ter.Vestia-se muito pobremente, andava descalço e brincava de faz-de-conta, à falta de um carrinho ou de uma bola.Apesar de tudo, era feliz, porque amava a todas as pessoas e todos o amavam também.Pela manhã ia à escola.
Ao retornar, ajudava a mãe nos serviços domésticos. Depois,saía para a rua. Sempre aparecia o que fazer. Prestativo, com sorriso no rosto ajudava a quem estivesse precisando. Dona Vitória dava-lhe a incumbência de pagar uma conta urgente.
-Claro, dona Vitória. Fique tranqüila.- respondia ele.
Outra hora, passando pela rua, alguém o chamava:
-Paulinho, você faria companhia a Ritinha, enquanto vou fazer compras? Sabe como é, ela é paralítica e pode precisar de alguma coisa enquanto eu estiver ausente..
.-Com prazer, dona Benedita.Aproveito e conto a ela uma história que aprendi na escola.
- Obrigada. Ela fica muito feliz quando você está por perto.E lá ia Paulinho para a casa de dona Benedita. Entrava, e um lindo sorriso abria-se no rosto da menina de dez anos que, em virtude de uma paralisia infantil não podia andar.
- Ô menino, me ajude a chegar até em casa. Vamos, tenho pressa! Ninguém gostava do seu José porque era muito ranzinza. Mas Paulinho não se incomodava com o jeitão dele
.- Claro, seu José. Como vai sua saúde?
Melhorou da bronquite?Assim, escorando o velho, com muita paciência e boa vontade, Paulinho acompanhou conversando alegremente.Ele era assim com todos. Generoso, não apenas ajudava, mas repartia sempre o que ganhava. Certo dia encontrou uma pedra muito bonita. Era lisinha e brilhava como o Sol.limpou-a bem e guardou-a com carinho. Mais adiante, porém, encontrou André um menino pequeno que chorava. Tinha levado um tombo e o joelho estava doendo.Paulinho, não teve dúvidas. Tirou a pedra do bolso da calça e afirmou:
  - Está vendo esta pedra, André?
- Ela é mágica e vai tirar a sua dor. Fique com ela. É sua!
O garotinho olhou encantado para a pedra e parou de chorar, abrindo um sorriso agradecido.
Na escola, Paulinho ganhou um livro de histórias e logo pensou:
- Vou dar para Ritinha.Certamente, ela precisa mais dele do que eu. Posso fazer um montão de coisas, mas minha amiga Ritinha só pode ficar naquela cama ou na cadeira de rodas.O Natal se aproximava. A cidade estava toda bonita, cheia de luzes, de cores e de alegria. Paulinho tinha muita vontade de ganhar um presente, mas sabia que era impossível. Seus pais não tinham dinheiro para isso.
Contudo, sempre de bom ânimo,ele pensava:- Para que quero presente?
Jesus já me deu tanta coisa! Tenho saúde, pais amorosos, amigos... Nada me falta! No dia de Natal, Paulinho saiu de casa.
Queria encontrar os amigos. Mas, todos tinham desaparecido. Não encontrou ninguém.Voltou para casa um pouco triste. Afinal, era Natal, dia em que se comemora onascimento de Jesus, e ele queria cumprimentar seus amigos.À tardezinha vieram lhe avisar que dona Benedita queria falar com ele.Sem demora, dirigiu-se até a casa dela. Estranhou que estava tudo escuro. Já era noite e as luzes continuavam apagadas. Bateu devagarinho. A porta se abriu e – oh! surpresa! – as luzes se acenderam e ele foi recebido com uma salva de palmas.Olhou ao redor. A pequena casa de dona Benedita estava cheia de gente. Todos os seus amigos estavam ali, até o seu José!
Tinha árvore de Natal e enfeites pelas paredes.
- Mas... mas o que está acontecendo?
 – gaguejou espantado ao ver todo aquele povo ali reunido.Ritinha sorriu e explicou:- resolvemos fazer uma festa para você, Paulinho! Por tudo o que você tem feito a todos nós, receba o nosso agradecimento.
- E, tirando de debaixo das cobertas uma caixa, falou:- Este é o meu presente! FELIZ NATAL!
Sem poder acreditar no que estava acontecendo, com lágrimas nos olhos, Paulinho viu a cara de um cachorrinho malhado de preto e branco, com uma fita vermelha amarrada no pescoço.Tomou o animalzinho nos braços, acariciando-lhe o pêlo sedoso.
- Nem sei como agradecer, Ritinha! Sempre quis ter um cachorrinho!
- Pois não agradeça. Você merece muito mais!
Todos o abraçaram desejando-lhe boas festas, inclusive seus pais, também presentes,muito orgulhosos do filho. Cada um lhe entregou um pacote.
Dona Vitória, uma roupa que tinha costurado especialmente para ele. Seu José, um par de sapatos que fora do seu filho.
O pequeno André entregou-lhe um carrinho, outro um estojo e assim ganhou uma porção de presentes. 
Enxugando as lágrimas, Paulinho abriu os braços e só conseguiu dizer cheio de emoção:
- Obrigado! Obrigado! FELIZ NATAL para todos!E naquela noite, tiveram uma festa animada e agradável exemplificando afraternidade e a solidariedade que deve prevalecer no coração de todas as criaturas,lembrando a terna mensagem de Jesus.

Célia Xavier de Camargo – Rolândia PR - Jornal O Imortal - Dezembro 1999

Historia para crianças com tema Caridade


 O PALHACINHO TRISTE


Guilherme aproveitara muito bem suas lições na escola e passara de ano, com louvor. Seus pais, muito amorosos, lhe proporcionaram, então, alguns dias de férias numa conhecida cidade litorânea naquela região. Eufórico, Guilherme arrumou a mala e, juntamente com seus pais e o irmãozinho, num dia muito bonito, saíram em viagem. Ao chegar, logo à entrada da cidade, viram um circo cheio de luzes coloridas, jaulas com belos animais selvagens, elegantes cavalos e macacos engraçados.
Com os olhos estatelados de emoção, Guilherme ouviu seu pai prometer que no dia seguinte iriam assistir ao espetáculo. No outro dia, à hora aprazada, deram entrada no circo e logo começou a função.Bailarinas, equilibristas, mágicos e trapezistas, alternavam-se com palhaços, macacos engraçados,elefantes enfeitados com pedrarias, domadores de animais e muitas outras coisas...Com um pacote de pipocas nas mãos, Guilherme acompanhava tudo rindo e batendo palmas, satisfeito.De repente, olhou um dos palhaços que faziam piruetas e davam cambalhotas no picadeiro. Seu ar, embora o riso aberto fosse triste.
Quando ele se aproximou mais, Guilherme percebeu que duas lágrimas brilhavam em suas faces pintadas. Daquele momento em diante, nada mais teve graça, e a figura do palhaço triste não lhe saiu mais da cabeça. Na manhã seguinte acordou e, em vez de ir à praia, voltou ao circo. As imagens agora eram bem diferentes. Não havia mais belas luzes coloridas e a impressão de luxo e riquezadesvaneceu-se inteiramente. Algumas pessoas faziam a limpeza do local, enquanto outra lavava me tratavam dos animais.
O garoto perguntou a alguém onde poderia encontrar o palhaço triste e informaram-lhe que ele estava no picadeiro. Adentrando a enorme lona do circo, agora totalmente vazio, Guilherme parecia ainda ouvir os aplausos e os gritos da platéia.
Logo o viu. Uma pequena figura, sentada no chão, tendo a cabeça entre as mãos.
 -Olá! - disse a guisa de cumprimento. O palhaço ergueu a cabeça, ao ouvir a voz estranha.
-Olá! - respondeu - O que o traz aqui, garoto?-Bem, é que eu gostaria de ver um palhaço de perto.
-Ah! Com certeza vai se decepcionar. Sou apenas um homem como qualquer outro.
-Estranho! Sempre pensei que os palhaços deveriam levar vida alegre, sempre sorrindo e brincando, como se a existência fosse uma festa! - exclamou o menino.
-Puro engano, meu filho. Muitas vezes rimos para não chorar - disse, com pesar.
-Agora entendo isso. Ontem mesmo, durante o espetáculo, percebi que você estava triste.
Por quê?-Deu para notar?!...
 A verdade é que estou com problemas muito graves








E o palhaço lhe contou que estava com a filhinha doente e não tinha recursos para levá-la ao médico.
Contente por poder ajudar, Guilherme lhe assegurou:
- Ora, não se aflija! Meu pai é médico e poderá examinar sua filha. Saiu correndo e, pouco depois, voltou acompanhado pelo pai.Ficaram impressionados com a miséria do local. O carro em que viajavam, e que lhes seria de moradia, era muito pobre e sem conforto.
O médico examinou a criança e afirmou que ela, além de pneumonia, estava também muito desnutrida, precisando se alimentar melhor.
-Eu sei, doutor. - disse o palhaço - Mas não tenho dinheiro. Ganho pouco e mal dá para as despesas mais urgentes.
-Não se preocupe. Sua filhinha deverá ser hospitalizada, mas ficará boa logo, coma ajuda de Deus. O médico conduziu a menina para o hospital, onde ela foi medicada. Em seguida, levou uma cesta contendo gêneros alimentícios que dariam para muitos dias e entregou também, ao palhaço, um envelope contendo certa importância em dinheiro. -Mas, doutor, não sei quando poderei lhe pagar!...
-Não se preocupe. Quero apenas vê-lo fazer as crianças sorrirem. Depois de alguns dias, garotinha voltou para casa contente e saudável.Era o último espetáculo do circo. Iriam levantar acampamento no dia seguinte. Guilherme e seus familiares estavam na primeira fila.
 O palhaço aproximou-se, trazendo nas mãos um lindo balão vermelho, amarrado com um cordão. Chegando junto a Guilherme entregou-lhe o balão, com sorriso aberto e feliz.
 -Você agora não é mais um palhacinho triste - disse Guilherme.
-Não. Graças a você, posso sorrir novamente. Não sei como lhes agradecer tudo o que fizeram por mim.
O médico, bem-humorado, afirmou:
- É fácil! Faça um espetáculo bem alegre para deixar as crianças contentes. Com um último olhar agradecido, o palhaço afastou-se dando cambalhotas e fazendo palhaçadas, acompanhado pelo riso das crianças. Guilherme suspirou, satisfeito. O pai olhou para o menino, com carinho:
- Muitas vezes, o sofrimento e a dor estão onde menos esperamos meu filho. E é preciso ter sensibilidade para descobrir onde está a necessidade das pessoas.
E é preciso ter sensibilidade para descobrir onde está a necessidade das pessoas. Senão fosse você, ninguém teria descoberto o problema do palhaço. Muito bem, meu filho, Jesus certamente está contente com você.
E completou;
-A verdade é que onde estivermos podemos ajudar alguém. Basta que tenhamos boa-vontade para isso.


Tia Célia - Jornal O Imortal - Nº 552 - Janeiro de 2000

HISTORINHA SOBRE O EGOÍSMO


APRENDENDO A REPARTIR



Célia Xavier de Camargo
Bruno era um menino que pensava apenas em si mesmo. Não repartia nada com ninguém. Quando ganhava dos avós ou dos tios algum doce, chocolate ou balas escondia tudo no seu armário. E tão bem fazia que ninguém conhecia seu esconderijo, nem sua mãe. Era seu tesouro. Sabem para quê? Para poder comer tudo depois, na hora em que estivesse sozinho. A mãe reprovava seu comportamento dizendo:- Bruno, meu filho, temos que aprender a repartir o que temos com os outros. Não podemos ser egoístas e desejar tudo para nós. À medida que a gente dá, também recebe. Mas o garoto respondia, mal-educado:- Eu, hein! Se fui eu que ganhei, tudo é meu! Não abro mão.Seus irmãozinhos menores, Breno e Bianca comiam os doces que tinham ganho e Bruno ficava só olhando, pensando no prazer que teria depois ao apreciar tudo sozinho no seu quarto.Porém, Bruno ia brincar e se distraía, esquecendo que havia guardado os presentes. E o tempo ia passando.Um belo dia, os irmão de Bruno entraram em casa trazendo um pacote de balas e de pirulitos cada um. Vinham contentes, exibindo os doces que tinham ganho de um senhor que passara na rua distribuindo guloseimas para as crianças.Bruno, que estava dentro de casa, nada ganhou, e fez bico:- Eu quero também! Eu quero! Dá um pouco pra mim?Mas Breno retrucou, decidido, com a aprovação de Bianca, a menorzinha:- Não dou não. Você nunca reparte nada com ninguém!Bruno, irritado e com cara de choro, respondeu:- Egoístas! Não faz mal. Tenho muita coisa guardada. Não preciso de nada! Vocês vão ver!E correu para o quarto, seguido de perto pelos irmãos, curioso de ver onde ficava oesconderijo que Bruno escondia tão cuidadosamente e que eles nunca tinham conseguido descobrir. Bruno abriu a porta do guarda-roupa, retirou uma gaveta e, no fundo, num espaço vago, bem escondidinho, lá estava tudo o que ele tinha ganho e que conservara.Com ar de triunfo, enfiou a mão e foi retirando chocolates, doces, bolos, balas, diante dos olhos arregalados dos pequenos. Mas, ó surpresa! Com espanto, Bruno notou que os seus doces estavam com aspecto muito feio: os chocolates estavam velhos, os doces tinham se estragado, os bolos estavam azedos, as balas meladas.Terrivelmente decepcionado, Bruno percebeu naquele instante que, em virtude do seu egoísmo, não repartira nada para ninguém. E, pior que isso, constatou que ele mesmo não aproveitara as coisas tão gostosas que lhe tinham dado com tanto carinho. Agora, infelizmente,esta tudo estragado e teria que ser jogado no lixo. Sentou-se na cama e, cobrindo a cabeça com as mãos, começou a chorar.Seus irmãos, que apesar de pequenos, tinham bom coração, aproximaram-se dele e Breno disse:- Não fique triste, Bruno.E, sob seu olhar surpreso, repartiram fraternalmente com ele tudo o que tinham ganho naquele dia.- Eu não mereço a generosidade de vocês. Aprendi nesse momento importante lição.Entendo agora o que mamãe quer dizer quando afirma que à medida que a gente dá, recebe. Eu nunca dei nada e nada mereço, mas vocês provaram que têm um bom coração. A partir de hoje,vou procurar ser menos egoísta. Prometo!
O Imortal - Agosto de 2000 

domingo, 5 de fevereiro de 2012

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